segunda-feira, 26 de julho de 2010

SEM ASSUNTO


Hoje estou completamente sem assunto. A cabeça parece que não pensa em nada e que qualquer idéia que venha em mente, de súbito, vira uma bexiga completamente murcha, sem utilidade, que não vale de mais nada.

De tanta força para imaginar algo, para fazer um décimo de pensamento brotar discretamente é quase que em vão (só não o é completamente porque ele faz questão de deixar um vestígio de dor de cabeça...).

A folha em branco começa a ser rabiscada, mas logo o mouse seleciona tudo e o “delete” é apertado. Mas, espera... Algo parece que vai vingar, as letras se juntam, formam palavras, frases, um parágrafo! Por nada: já foram apagadas novamente e aquele precioso tempo escorreu água abaixo.

Fecho os olhos, não há sequer rabiscos na minha mente, estou num oceano branco, sem fundo, sem céu, sem chão, sem teto. Nem mesmo o branco remete a nenhum desenho, nenhuma forma abstrata que me faça imaginar qualquer outra forma, menos abstrata e mais concreta, que me leve de novo a algo mais concreto e menos abstrato, que me leve a algo concreto que me faça imaginar qualquer outra forma, mais abstrata.

A sequência de palavras vai e vém, sobe e desce na gangorra do desespero literário e nunca chega ao seu destino: o papel. Nenhum post vai ser publicado por conta da greve dos neurônios, que nada têm a declarar e hoje estão sem assunto.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Eba! Obrigada pela visita!