Vivendo e Aprendendo

É uma pena que hoje em dia comemoremos com tanto afinco que nossos ancestrais cheguem a 100 anos. Uma pena porque este fato retrata nada mais do que a decadência biológica à qual nos submetemos ao longo dos séculos.

Neste último dia 6, o britânico Henry Allingham completou 113 anos, e foi somente após a morte do japonês Tomoji Tanabe, na madrugada de hoje, por ataque cardíaco, é que Henry foi considerado o homem mais velho do mundo. Seguindo a linha cronológica, as gêmeas Cao Xiaoqiao e sua irmã mais velha Cao Daqiao, com 104 anos, são hoje as mais velhas da China.

Infelizmente, ao longo da evolução tecnológica, o mundo se transformou e cresceu para todos os lados. Casas para cima, mata atlântica para dentro, e pessoas cresceram para os lados. Uma coisa, na real, puxa outra até que chegue um momento que não sejamos mais capazes de voltar às antigas e viver de caça e agricultura.
Não faço alusão às dietas ou à cultura vegetariana, nem mesmo me posiciono contra. Só acho que todos colhemos aquilo que plantamos. Diversos médicos de diversas especialidades dizem que para ter uma vida longa é preciso ter uma vida saudável e, antes de mais nada, uma vida feliz.

São aquelas recomendações básicas: “Coma menos gordura”, “Ande o mínimo de 30min”, “Não beba, não fume”... Tá certo, algumas coisas são realmente complicadas de se praticar hoje em dia por uma série de fatores como a violência, por exemplo.

Mas será que é tão difícil assim? Bom, se para o Henry, o Tomoji, e Xiaoqiao e Daquiao que puderam partilhar dos últimos 50 anos no mesmo mundo que nós, sob as mesmas regras, mesmas opções, sob as mesmas condições que nós e conseguiram, talvez, com eles, não haja nada de errado.

Talvez nós é que estejamos vendo a situação por um ângulo diferente, torto. Talvez nós é que não estejamos sabendo cuidar de nós mesmos, cuidar de nossa própria vida. Isso acontece, muitas vezes por cuidarmos mais da vida do outro, por nos importarmos mais com as diferenças salariais entre nós e aquele funcionário que acabou de entrar ou por que vivemos brigando com o cachorro porque comeu, de novo, o pé do sofá.

Acho que ainda não desenvolvemos mentalmente o que precisamos para entender que a nossa vida, a qualidade que temos nela e tudo o que vivemos ou ainda deixamos de viver depende única e exclusivamente de nós mesmos.