segunda-feira, 22 de junho de 2009

"Pula a fogueira, Iaiá..."



Como estamos na época das festas juninas, nada mais justo do que entender o que é, na realidade, a festa junina. Não é somente mais uma festividade solta de um contexto, muito pelo contrário. Aliás, vou soltar outro “muito pelo contrário” para quem pensa que, originalmente, a festa junina é uma festa cristã.

Não, não. As festas que eram comemoradas na Europa sempre no dia 24 de julho, festejava o solstício de verão. Ao longo do tempo, a Igreja católica notou que muitas pessoas aderiam, em proporções cada vez maiores, à festança; por um grandioso acaso, comemorava-se, nesse mesmo dia 24 de junho, o dia de São João Batista.

Para firmar de vez a relação da festa junina com personagens bíblicos, a fogueira, como imagem principal da comemoração, remetia ao acordo feito entre as primas Maria e Isabel de que para avisar sobre o nascimento de João Batista, Isabel acenderia uma fogueira no monte, e assim teria o auxílio de sua prima.

Uma vez instaurada nos costumes católicos, a festa junina adquiriu diversas características da crença, adicionando às comemorações homenagens a São Pedro e Santo Antônio. Vemos claramente essa “interferência” nas cantigas de roda que são apresentadas no momento da quadrilha (“Olha a chuva! São Pedro parou!”) e também pelo casamento realizado com a “bênção” de Santo Antônio, o santo casamenteiro.

A tradição da festa se mantém pelo mundo todo, cada lugar com suas características específicas: Portugal, França, Polônia, Ucrânia, Suécia. No Brasil, cada região também traz músicas, atividades e comidas específicas do local; podem ser arraiais que ocupam as praças ou ruas centrais, ou ainda festas realizadas em clubes, escolas e até espaços criados especialmente para as comemorações.

Em geral, a festa junina brasileira é retratada com o contexto campestre, bem à moda caipira, com chapéu de palha, pescaria e roupas típicas de matuto de sítio do interior de São Paulo.

Vale a pena visitar algumas festas juninas para entender um pouco mais da tradição. Claro que hoje muito dos reais significados se perderam e acabam ficando somente como alegoria da comemoração. Afinal uma festa secular como esta teve bastante tempo para sofrer muitas alterações...

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