Minha ansiedade se dá por conta dela.
Já nem sinto mais meu coração bater no peito, pois este se desfez em esperança, no tempo, na espera de vê-la brilhar, colorir e perfumar por onde quer que passe.
Vem sem hora, a qualquer momento.
Deixa rastro nos seus caminhos, solidão e saudade. Traz consigo os raios do sol, o orvalho da manhã e a brisa fresca de fim de tarde. Ela, sozinha, se faz e se desfaz em tudo.
Jamais será somente minha, todos a desejam, a consomem.
Riem-se dela e para ela, que se exibe exultante por todos os cantos. Não faz cerimônia, não passa despercebida, não é discreta. Nem poderia!
Não temo esquecê-la, pois seria tal impossível fazê-lo.
Temo não estar aqui quando decidir nos visitar novamente. Temo não ter meus olhos abertos para apeciar sua chegada.
Ela vem sozinha, mas não importa.
Traz em seu manto a harmonia, a pureza da alma, a alegria contagiante.
É quase primavera.
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